PERSONALIDADES E MITOS LOCAIS
BARÃO DE AVANHANDAVA
José Emygdio de Almeida Cardia era membro de uma ilustre família proprietária da Fazenda do Porto, onde havia um casarão e instalações para o serviço de balsa para travessia do Rio Tietê. Quando da visita de D. Pedro II à região, José Emygdio recebeu o título de Barão de Avanhandava, último título de nobreza conferido pelo imperador.
CORONEL JOAQUIM ANSELMO MARTINS
Membro de uma das primeiras famílias que se estabeleceram no Bairro da Fartura, nas proximidades do Distrito de Alfredo Guedes, Joaquim Anselmo Martins sempre residiu naquele bairro e lá formou numerosa família. Fazendeiro e grande produtor de café, teve atuante vida política por décadas na cidade, tendo sido vereador e prefeito. O Coronel, como era conhecido, fez a doação da imagem de Nossa Senhora da Piedade para a Igreja Matriz da cidade.
CORONEL VIRGÍLIO ROCHA
Virgílio Rocha foi, de fato, o primeiro prefeito de Lençóis, assumindo em 1908 e reeleito outras vezes. Durante seus mandatos, a cidade ganhou a rede telefônica, o fornecimento de energia elétrica e o primeiro Grupo Escolar, além de outras melhorias. Gravemente enfermo, embarcou em trem especial para tratamento na capital, mas faleceu na viagem.
LAUREANA
Laureana Maria Joaquina era uma mulher escravizada que veio de Minas Gerais após a abolição da escravidão, junto com outras pessoas na mesma condição. Tornou-se uma figura popular na cidade e, já viúva, faleceu em sua casa de pau a pique, na Rua Treze de Maio, na manhã do dia 07 de agosto 1954, com mais de cem anos de idade, tornando-se conhecida assim por “Macróbia” devido a sua idade avançada.
MALUF
A Família Maluf morava no Distrito de Alfredo Guedes. Em 1939, um empregado da ferrovia Sorocabana discutiu com Miguel Maluf a propósito de uma árvore que ficava na divisa entre a propriedade dos Maluf e a área da ferrovia. Segundo o empregado, a árvore deveria ser derrubada, o que não era admitido por Miguel. A discussão se acirrou, a ponto de Salim, filho de Miguel, intervir, sendo atacado e morto com um golpe de cavadeira dado pelo empregado. Ferido, Miguel faleceu dias depois.
MARIA FRANCISCA
Maria Francisca morava com seus irmãos e pais na fazenda Boa Vista, perto de Alfredo Guedes. Aos 22 anos, já noiva, estava para se casar quando começou a apresentar convulsões que foram vistas como possessão demoníaca. Um amigo aconselhou a família a fazer sessões de exorcismo e ensinou Lígia, sua irmã, como proceder. O ritual durou três dias. No quarto dia, Maria Francisca faleceu. Era o mês de julho de 1924. O médico que assinou o óbito determinou a causa: psicose genital.
MENINA TEREZINHA
No ano de 1944 morava na região de Paranhos uma menina de nome Terezinha Vicente. Aos 9 anos, a menina foi levada às pressas para o Hospital Nossa Senhora da Piedade, onde acabou por falecer. Alguns anos depois, por razões não esclarecidas, após tirarem seus restos mortais da terra, devido ao não pagamento pela mesma, seu corpo estava intacto. Histórias de milagres são atribuídas à menina Terezinha. Seu túmulo é um dos mais visitados até hoje.
ORÍGENES LESSA
Um dos grandes nomes da literatura brasileira, Orígenes Lessa nasceu em Lençóis Paulista, em 1903, e faleceu no Rio de Janeiro, em 1986. Foi jornalista, contista, novelista, romancista, sendo que um de seus romances, O Feijão e o Sonho, foi adaptado para uma novela na televisão. Orígenes era membro da Academia Brasileira de Letras, onde ocupava a cadeira n.º 10. Mesmo morando em outras cidades, inclusive fora do Brasil, nunca se esqueceu de sua terra natal e aqui preferiu ser sepultado.
OS ENVENENADOS
Neste túmulo estão sepultadas seis pessoas de três famílias, mortas durante um almoço na casa de Dona Mariana Cordeiro, numa fazenda nos arredores da cidade, ocasião em se comemorava um batizado. Foi encontrada na casa uma grande porção de arsênico branco junto a um pacote de farinha, o que levou a suspeita de que o arsênico utilizado para a eliminação de gafanhotos, tenha sido usado por engano no lugar da farinha para o preparo do macarrão caseiro.
OSÓRIO DE OLIVEIRA
Osório de Oliveira era um farmacêutico que, aos 28 anos, morreu em decorrência de um tiro que levou de uma jovem de 15 anos, casada, que alegou em sua defesa ter sido atacada sozinha em sua casa, por ele, na noite de 28 de janeiro de 1910. Ferido no hospital, Osório deu outra versão: estava em sua casa quando uma jovem se apresentou, tirou de sob o avental um revólver e atirou. Por trás desta história, havia um agitado ambiente político em Lençóis, colocando em confronto “civilistas” e “militares”.